
4º ENCONTRO Religiões Chinesas - Maravilhosa China nos ensina caminho para 'esvaziamento' e reconciliação com a terra
Cenas da lindíssima “Dança dos Leões”, milenar tradição oriental que tem o significado de trazer uma chuva de boa sorte, abriu o vídeo sobre as Religiões Chinesas, apresentado na quinta-feira 27 de maio, dentro do videofórum “As religiões do mundo e a ética global”. Em meio a essa China de paisagens deslumbrantes, de imensas dimensões geográficas, que mistura o tradicional ao contemporâneo, foram mostrados o confucionismo, o taoísmo, o budismo e o cristianismo de raiz chinesa.
O teólogo Luiz Augusto Passos, professor da Universidade Federal de Mato Grosso, lembrou ainda, em sua palestra, do xintoísmo, que não aparece no vídeo, e de várias outras crenças chinesas que também não foram abordadas.
Guardando as peculiaridades de cada uma das grandes religiões apresentadas, o ponto em comum entre elas é a proposta de esvaziamento, da meditação, do om. Então, para os orientais e em especial os chineses, esquecer-se de si mesmo é fundamental para ser iluminado por tudo o que existe, ocorrendo a conexão do indivíduo com o cosmo ou com o senhor nas alturas, um nome que significa algo como Deus. Essa proposta remete inclusive à passagem bíblica, por exemplo, quando Jesus Cristo se afastou para meditar e purificar a mente de possíveis tentações da rotina deste mundo. Então, disse o palestrante, Jesus também se esvaziou.
A religião, o Estado, a cultura, a saúde física e mental. Tudo isso se mistura na China de Hans Küng, teólogo alemão, autor dos vídeos, que motivaram este videofórum, com a proposta de disseminação da cultura da paz. Küng acredita que só haverá paz no mundo se houver diálogo entre as religiões. E para isso, conhecê-las é fundamental.
Para Passos, porém, não é possível conceber tais religiões chinesas com olhos ocidentais. Foi um pecado cometido por Hans Küng, na opinião do palestrante. Segundo ele, o vídeo distorce, por exemplo, a lei do tao, quando aborda o Yin e Yang, que significa a forma como tudo se organiza e a interdependência entre tudo que existe, homem mulher, escuro claro, vida e morte, alegria e tristeza.
Passos tratou ainda, rapidamente, sobre a revolução popular comunista de Mao Tsé Tung, em 1949, que, na opinião do palestrante, se perdeu no autoritarismo e no fechamento da China. Esse autoritarismo teria trazido prejuízos às religiões chinesas, por conta do ateísmo marxista.
A China agora, grande potência mundial, não só se reencontra com sua forte espiritualidade, como também está aberta ao mundo, já que a muralha não serve mais ao seu propósito inicial e sim como patrimônio público, para visitação e reflexões.
Ainda para Luiz Augusto Passos, o que a China tem a nos ensinar no campo da espiritualidade é, essencialmente, o caminho para nossa conciliação com a terra e as coisas da terra. Além da valorização da sabedoria dos idosos e a forte união familiar.
Exibições e debates às quintas feitas no Colégio Isaac Newton (CIN), bairro Baú, das 19h às 21 horas, com entrada franca. Emissão de certificado pela UNISINOS/RS. Critério: 75% de presença.
Keka Werneck, da Assessoria de Imprensa do Centro Burnier Fé e Justiça
Keka Werneck, da Assessoria de Imprensa do Centro Burnier Fé e Justiça
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