A Associação Meditar é uma sociedade civil com personalidade jurídica, sem fins lucrativos, não religiosa ou doutrinária. O primeiro núcleo surgiu em Porto Alegre-RS, e, atualmente, possui núcleos nas cidades de Santa Cruz do Sul, Lajeado, Novo Hambugo, Santa Maria, São Francisco de Paula, Capão da Canoa, Florianópolis, Chapecó e Cuiabá.

A Associação Meditar se propõe a: Difundir a prática da meditação; Congregar os praticantes da meditação; Coletar e divulgar os benefícios à saúde física e mental promovidos pela prática adequada da meditação; Criar, apoiar e promover a difusão de locais adequados para a prática de meditação (Núcleo ou Centros Meditar) no Brasil e no exterior; inclusive, com sedes rurais para abrigar seus membros em vida comunitária voltada à meditação, ao estudo, ao trabalho natural na terra, à contemplação da natureza.

Dedica-se a orientar a iniciação e o desenvolvimento das pessoas (empresa, escolas, associações) na meditação de forma clara, simples, objetiva e segura; Promover cursos, palestras, workshops, retiros e atividades voltadas à prática da meditação; Incentivar e promover a atitude mediativa, altruísta e pacífica, que implique na paz interna e externa, na não-violência, no respeito pela natureza, alimentação natural, bons valores humanos, no conhecimento e na sabedoria.

A Associação Meditar de Cuiabá se reúne sempre aos Sábados, às 08h00, no Espaço Ligia Prieto. Endereço: Rua Min.João Alberto, 137 – Araés - Cuiabá. Informações pelo tel. (65)3052-6634.

sábado, 25 de dezembro de 2010

Então, bom Natal!


Há uma mudança de energia mental, os povos ficam mais sensíveis e fraternos independente da opção religiosa

Luiz Fernando Vieira
Da Redação

O Brasil, como uma terra de muitas raças, é também um grande caldeirão de religiões. Apesar de representar a orientação religiosa da maior parte da população, o catolicismo é apenas uma das que são seguidas no país. O Natal, por conta de uma difusão maior do modo de celebrar dos católicos, acabou se tornando uma das mais esperadas e importantes festas dentro do calendário brasileiro. Porém, há muitas pessoas que não encaram da mesma forma, como as Testemunhas de Jeová, os espíritas, os muçulmanos, os budistas e muitos outros.

Até mesmo entre as religiões católicas há diferenças. Por exemplo, os fiéis da Igreja Católica Apostólica Ortodoxa, também chamados de católicos ortodoxos, celebram seu Natal no dia 7 de janeiro - eles seguem o calendário juliano, enquanto o catolicismo segue o gregoriano. Ainda que seja uma ocasião de grande importância para eles, a data não é tão relevante quanto a Páscoa.

É como pensam também as Testemunhas de Jeová. O cinegrafista Belmiro Dias dos Santos diz que, para eles, a celebração mais importante é o período pascal, pois representa a morte e ressurreição de Jesus Cristo, quando deu sua vida para a salvação da humanidade. Além do mais, informa ele, não há precedente bíblico para a escolha do dia 25 de dezembro, que seria uma referência às festividades romanas pagãs que eram realizadas por volta do solstício de inverno no Hemisfério Norte. "Para nós é um dia comum, não participamos dessa comemoração, não trocamos presentes". Belmiro frisa que o clima de alegria, as manifestações de generosidade e o meditar são bem-vindos. Porém, as Testemunhas de Jeová entendem que deve ser algo que esteja sempre presente no dia-a-dia das pessoas. Não somente no Natal.

O psicólogo Lacordaire Abrahão Faiad, que é membro da Federação Espírita de Mato Grosso, reforça essa necessidade. Ressalta que neste período há uma mudança de energia mental, os povos ficam mais sensíveis, com foco em questões como fraternidade, cooperação. É uma prova de que é possível fazê-lo no restante do ano, só depende de cada um de nós, é uma mudança dentro para fora, diz. Os espíritas, segundo ele, não têm o Natal como uma data ritualística, mas consideram que o momento merece todo o respeito. É uma oportunidade de lembrar de Jesus Cristo, considerado por eles modelo e guia da humanidade.

Membro da Associação Meditar de Cuiabá e seguidor dos ensinamentos budistas, Ivan Deus Ribas explica que o Natal, assim como os outros dias, é uma oportunidade de celebrar uma continuidade da vida, de festejar o aqui e agora, de meditar. Cada dia, prossegue, é único, uma dádiva de Deus que precisamos valorizar, o verdadeiro milagre. Uma época que traz esse sentimento com mais força e reafirma a importância da prática da fraternidade, da caridade, da busca pela paz. Ivan destaca que é preciso ter plena consciência das coisas e das pessoas à nossa volta, que precisamos parar e pensar sobre o que queremos para nossas vidas.

É interessante notar que entre os judeus, o povo de Jesus Cristo, não há referência a essa comemoração. Eles, obviamente, reconhecem o nascimento de Jesus, mas dizem que a data não tem o mesmo significado que para os católicos. Os judeus não crêem nele como um messias. O que acontece no caso da tradição judaica é a comemoração do "Chanukah", que em Israel se inicia normalmente no final do mês do calendário hebraico "Kislev", que correspondente a dezembro. É uma referência à restauração da soberania do povo judeu, que expulsou os gregos e recuperou o templo de Jerusalém.

Na cultura dos muçulmanos não existe o Natal. Eles possuem comemorações que se assemelham, mas não tem o mesmo significado. Por exemplo, o ato de dar presentes ajudaria a "levar a maldade embora", segundo os ensinamentos de Maomé, o projeta maior de acordo com a religião muçulmana. Para eles também não existe Deus e sim Alá. A religião islâmica tem, sim, duas festas, uma que celebra a existência ou a chegada do Alcorão (que seria a bíblia islâmica) e a festa do sacrifício.

E celebrações parecidas ocorrem também com os Hindus, que têm o seu "Diwalli" (festa em que as famílias se reúnem), os chineses, os ciganos. Em todas essas festas é interessante notar que as pessoas se reúnem para reverenciar suas divindades ou guias espirituais, celebrar a união e confraternizarem-se entre familiares e amigos. Enfim, têm o mesmo espírito do Natal. O desejo de crer em algo superior é em que devemos nos espelhar para sermos pessoas melhores.
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Texto publicado no jornal A Gazeta em 25.12.2010:

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Reconciliação


Por Thich Nhat Hanh


Sabemos que a transformação e cura que procuramos é obtida através do insight e entendimento. Graças ao entendimento e compaixão, soltar se torna possível. O Buda disse que nossas aflições – medo, tristeza e dor – nascem da falta de entendimento. É por isso que a prática de olhar em profundidade é tão importante para ganhar insight. No budismo, salvação e emancipação são realizadas através do entendimento. Olhar em profundidade nos ajuda a entender a natureza do nosso sofrimento e também a natureza do sofrimento da pessoa a quem acreditamos ser a causa de nossa tristeza.

Cerca de quinze anos atrás, um garoto suíço de quinze anos costumava vir e ficar em Plum Village. Todos os verões, ele vinha com sua irmã mais nova e praticava conosco. Este garoto não gostava de seu pai. Ele tinha muita raiva porque seu pai não falava amavelmente. Se o garoto caía quando estava brincando, ao invés de ajudá-lo e confortá-lo, seu pai sempre gritava: “Você é estúpido! Porque você fez isso?” O garoto achava que seu pai deveria ajudá-lo com palavras educadas. Ele tinha dificuldade em entender seu pai e prometeu que se comportaria diferentemente quando fosse adulto. Se seu filho caísse algum dia e se ferisse, ele o ajudaria e o confortaria.

Um dia, este garoto estava sentado em Lower Hamlet observando sua irmã brincar em uma rede com outra menina. Elas estavam balançando e de repente a rede virou e ambas caíram no chão. Sua irmã cortou a testa. Quando o garoto viu sua irmã sangrando, ficou furioso e estava quase gritando com ela “Você é estúpida! Porque você se feriu assim?” Mas como conhecia a prática, ele voltou para sua respiração e decidiu fazer uma meditação caminhando. Durante sua meditação caminhando, descobriu algo maravilhoso: ele era exatamente como o pai. Ele tinha o mesmo tipo de energia, como ele a chamou, estupidez. Quando seus amados estão sofrendo, você deveria ser amoroso, suave e prestativo e não gritar com eles com raiva. Ele viu que estava se comportando exatamente como seu pai. Aquilo era seu insight. Imagine um garoto de 14 anos praticando assim. Ele percebeu que era a continuação de seu pai e tinha o mesmo tipo de energia, a mesma semente negativa.

Continuando a meditação caminhando, ele descobriu que não poderia transformar sua raiva sem prática e se não praticasse, transmitiria a mesma energia de hábito para seus filhos. Eu acho notável para um menino de 14 anos ter esse sucesso na meditação. Ele obteve estes dois insights em menos de quinze minutos de meditação caminhando.

Seu terceiro e último insight foi que ele deveria voltar a Suíça e conversar sobre suas descobertas com seu pai. Ele decidiu convidar seu pai para praticar com ele de forma que ambos pudessem transformar sua energia. Com esse terceiro insight, sua raiva de seu pai desapareceu porque ele entendeu que seu pai era também vítima da transmissão de uma semente negativa. Seu pai poderia ter obtido essa semente de seu próprio pai. Eu fiquei espantado com esse terceiro insight porque significava que o jovem garoto era capaz de entender que seu pai era uma vítima da transmissão.

Muitos de nós sofreram por causa de nossos pais. Muitos de nós têm uma criança ferida dentro de si. Alguns dizem: “Eu não quero ter nada a ver com meus pais.” Isto não é possível porque somos a continuação deles; nós somos nossos pais. Não há forma de escapar disso. O único caminho é buscar reconciliação conosco mesmo e com os nossos pais internos. Não há outra maneira. O caminho é claro. Fomos vítimas de comportamentos negativos, sementes negativas, mas através da prática profunda, percebemos que a outra pessoa pode também ser vítima da transmissão dessa semente. Ele nunca conheceu um professor e uma sangha e a semente não foi transformada. Depois, ela nos foi transmitida. Quando você vê seus pais como vítimas da transmissão, sua raiva desaparece. Esta prática de olhar em profundidade para ganhar entendimento e liberdade da sua raiva é muito importante.

Uma vez, todos que estavam em Upper Hamlet em Plum Village foram convidados a escrever uma carta de amor ao seu pai. Um jovem praticante dos Estados Unidos disse que nunca seria capaz de escrever essa carta. Apenas pensar sobre seu pai o fazia ficar com raiva e causava a ele muito sofrimento. Seu pai havia, na verdade, morrido, e mesmo assim não havia reconciliação entre eles. Eu propus que ele fizesse o seguinte exercício por uma semana: “Inspirando, me vejo como um garoto de cinco anos. Expirando, eu sorrio para mim mesmo como um garoto de cinco anos.” Inspirando, eu pedi que ele se visualizasse como um garoto de cinco anos muito vulnerável. Quando ele viu o quanto era vulnerável, ficou fácil para ele ter compaixão pela criança que tinha sido.

Expirando, ele sorriu para si mesmo como uma criança de cinco anos. Com cinco anos, ele já tinha experimentado problemas e sofrimentos com seu pai. Talvez ele tenha tentado dizer a seu pai alguma coisa, mas não pode encontrar as palavras. Enquanto estava procurando, seu pai, que poderia estar de mau humor, pode ter gritado, “Fique quieto!” Isto pode ter criado uma ferida no jovem coração do garoto e o fez ter medo de tentar de novo. Ele nunca foi capaz de dizer a seu pai sobre seu sofrimento e dificuldades porque não era encorajado a isso. Seu pai não tinha paciência para ouvir. Quando ele expirava, usou a compaixão que havia nascido nele para abraçar o garoto de cinco anos. “Inspirando, me vejo como um garoto de cinco anos. Expirando, sorrio para mim mesmo como um garoto de cinco anos.”

Na semana seguinte, eu dei a ele um novo exercício: “Inspirando, vejo meu pai como um garoto de cinco anos. Expirando, sorrio para meu pai como um garoto de cinco anos.” Talvez você nunca tenha pensado em seu pai como um garoto vulnerável de cinco anos. Se você puder vê-lo assim, o entenderá. Como você, ele pode ter sido uma vítima e carregou uma criança ferida dentro dele.

Você pode pedir uma foto de seu pai quando era um pequeno menino. O jovem americano pediu uma e colocou-a na sua mesa. Cada vez que saía ou entrava no seu quarto, ele parava, olhava seu pai nos olhos e praticava inspirar e expirar conscientemente três vezes. Ao mesmo tempo, ele praticava visualizar seu pai como um menino de cinco anos. Finalmente, ele descobriu que seu pai era também uma vítima que não teve a chance de praticar e realizar uma transformação. Quando foi capaz de ver seu pai como uma vítima, sua raiva começou a se dissolver. Uma noite, ele sentou e escreveu uma carta de amor para seu pai: “Papai, sei que você sofreu também muito quando era criança, e que não sabia como transformar seu sofrimento, portanto você o transmitiu para mim.” Depois de escrever a carta, ele estava transformado e sabia que a reconciliação era possível.

Quando tomamos uma ducha ou um banho temos a chance de praticar olhar em profundidade para nosso corpo. O Buda nos convida a olhar para a natureza de cada elemento e achar seu vazio de transmissão ou sua natureza interser. Os três elementos são um e interdependentes e não podem existir como entidades separadas neles mesmos. Os três elementos na transmissão são: aquele que transmite, o objeto transmitido e o recebedor da transmissão. O Buda nos convida a olhar para a natureza de cada coisa e achar o vazio da transmissão. Perguntamos: O que meu pai transmitiu para mim? A resposta é: ele transmitiu ele mesmo a mim. O objeto transmitido não é menos que ele mesmo, e eu realmente sou a continuação de meu pai. Eu sou meu pai. O objeto da transmissão é uno com o transmissor. Então perguntamos: Quem é o recebedor da transmissão? É uma entidade separada? Não. O recebedor da transmissão é o objeto da transmissão e também o transmissor.

Quando você penetra nesta verdade, a realidade do vazio da transmissão, não pode mais dizer, “Eu não quero ter nada a ver com meu pai. Eu estou com muita raiva.” Na verdade, você percebe que você é seu pai. Você é a continuação dele e a única coisa que pode fazer é se reconciliar com ele. Ele não está fora, está dentro de você. A paz é possível somente com conhecimento e reconciliação.

Se reconhecermos algo como positivo, saudável e bonito, então desenvolveremos e preservaremos isso. Se reconhecermos algo como negativo e destrutivo, então abraçaremos e a transformaremos. Quando somos capazes de adquirir essa transformação, fazemos isso não apenas por nós mesmos, mas por nossos pais, mães e nossos ancestrais. É por isso que quando eu pratico inspirar e acalmar, e expirar e sorrir, eu estou liberando meu pai, minha mãe e meus ancestrais. Estou também liberando meus filhos e seus filhos. Cada vez que dou um passo em paz e feliz, faço isso por todos os meus ancestrais. Esta prática nos ajuda a transformar e curar. Fazemos isso por todos ao mesmo tempo. Apenas através da prática que a reconciliação verdadeira é possível.

A reconciliação acontece dentro de nós, não precisamos sentar com a outra pessoa para alcançar a reconciliação. Alguém uma vez me escreveu: “Thay, sei que fiz muitos erros no passado e agora quero me reconciliar com minha filha. Mas cada vez que escrevo para ela a fim de encontrá-la, ela recusa. O que posso fazer?” Você pode acreditar que a reconciliação só é possível encontrando e falando com a outra pessoa. Isto acontece porque você não alcançou a reconciliação dentro de si mesmo e é difícil visualizá-la com outra pessoa. A verdadeira reconciliação é feita através do insight e compaixão. Quando você tem insight e compaixão, ajudar a outra pessoa se torna mais fácil. Quando a reconciliação é interna, paz e amor se tornam possíveis. Se você incorporar paz e amor, pode mudar a situação mais facilmente.

Pergunta: Não entendi como minha prática no presente – me tornar mais pacífico, calmo e viver com mais bondade e compaixão – pode ajudar meus ancestrais, mau avô, minha avó e tio. Como isso pode tornar a vida deles mais bonita quando eles morreram em campos de concentração? Eu não entendo como nossa prática se aplica aos horrores como o genocídio.

Thay: Há aflição e sofrimento dentro de nós. Nosso sofrimento representa o sofrimento individual e o sofrimento de nossos ancestrais, pais e da sociedade. Cada vez que praticamos a respiração consciente e tomamos cuidado de nossos corpos e sentimentos, aliviamos parte de nosso sofrimento. Temos o benefício da transformação e cura e nossos ancestrais e a sociedade também obtêm esse benefício. Qualquer sorriso que produzimos afetará a sociedade. Podemos tocar a sociedade dentro de nós. Cada passo que damos em plena consciência que nos traz um pouco mais de solidez, liberdade e alegria também beneficia a sociedade e nossos ancestrais.

Não pense que o que você faz para você mesmo não afeta o resto da sociedade e o mundo. Paz e liberdade sempre começam com nossa própria prática. Sabemos que o indivíduo contém o todo. A emancipação do indivíduo é também a emancipação da sociedade, do elemento coletivo em nós.

A vitória de Sidarta aos pés da árvore de Bodhi não foi a de um indivíduo sozinho. Foi para a paz, alegria e emancipação de muitos, muitos seres vivos. Se a transformação acontece em nós, ao mesmo tempo, acontece no mundo. Mesmo se você não vê, a transformação acontece. Se a paz está em você, a paz se torna possível em cada lugar do cosmos. Quando você tem paz interior, você olha para o mundo e ele é diferente. Acho que muitos de nós já tiveram essa experiência.

(Traduzido do livro “The Path of Emancipation” – Thich Nhat Hanh – por Leonardo Dobbin)
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sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

"Meditação no Parque: paz a cada passo" - 18.12 (Sábado)


Queridos amigos,

nestes sábado, 18.12.2010, haverá a prática de meditação andando no parque Mãe Bonifácia. Um momento para abraçarmos a vida que reside em nós e em tudo que nos rodeia. Venha participar!

Local: Parque Mãe Bonifácia
Horário: 08:00 (pontualmente)
Ponto de encontro: entrada principal (estacionamento de pedrinhas)
Percurso: trilha interativa - 40 min.

** A atividade é gratuita e aberta a todos os interessados! Sejam bem vindos!

Muita paz.

Informações:
Ligia - (65) 3052-6634
Ivan - (65) 9202-9925

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Sessão Pipoca Zen!!! - 12.12 (domingo)


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"Um Vazio, dois pipoca, três estouros...e uma bacia de contentamento"

Sessão Pipoca Zen!!! e Confraternização de Final de Ano!


Queridos amigos, em razão de problemas técnicos tivemos que alterar o filme à ser assistido. Aproveitamos a oportunidade para convidar todos os interessados. A entrada é gratuita! Após, haverá a confraternização de final de ano! Quem puder, traga quitute para compartilharmos! Muita paz!

Dia: 12.12.10
Horário: 16:30
Filme: Kundun
Sinopse: Em 1933, morre o décimo-terceiro Dalai Lama. Quatro anos depois, em uma remota área do Tibet, encontrado um menino de dois anos, que identificado como a reencarnação de Dalai Lama, o "Buda da Compaixão". Dois anos mais tarde, o garoto levado para Lhasa, onde educado como um monge e preparado para se tornar um chefe de estado. Quando tem 14 anos passa a enfrentar problemas com a China, que pretende tomar posse do Tibet.
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Local: Academia Ligia Prieto
Rua Ministro João Alberto, nº 137 - Araés
(próximo a TVCA, ao lado da Escola Jardim Moitará)

Informações:
Ivan - 9202-9925
Ligia - 3052-6634

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Agenda de Atividades de Final de Ano


Queridos amigos, irmãos e irmãs no darma,

é com grande alegria e satisfação que convidamos a todos para participarem das atividades de final de ano. Destaque para a Confraternização que acontecerá no dia 12.12 (domingo), logo após a Sessão Pipoca Zen. Fica combinado, para quem puder, levar um quitute para compartilharmos. Informamos ainda, que haverá recesso do dia 20.12 a 22.01.2011. Veja abaixo detalhes da programação. Participe.

11 de dezembro (Sábado)
prática de meditação - 8 h

12 de dezembro (Domingo)
Sessão Pipoca Zen! e Confraternização de final de ano!
Filme: Samsara
Horário: 16:30 h
Após o filme, haverá a festinha de encerramento do ano!
Queridos, vamos combinar assim, quem puder, leve um quitute ou uma guloseima para compartilharmos em nossa festa de confraternização!

14 de dezembro (terça-feira)
tai chi chuan - 19 h
meditação - 20h

18 de dezembro
"Meditação no Parque: paz a cada passo"
Local: Parque Mãe Bonifácia - 08h
Ponto de encontro: entrada principal (estacionamento de pedrinhas!)

Informações:
Ivan - 9202-9925
Ligia - 3052-6634

Sessão Pipoca Zen!!! - 12.12 (Domingo)


" ..Um Vazio, dois pipoca, três estouros...e uma bacia de contentamento!"
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Confraternização de encerramento do Ano e Sessão Pipoca Zen!!!

Dia 12 de dezembro de 2010
Horário: 16:30 h
Filme: Kundun
Local: Academia Ligia Prieto
Rua Ministro João Alberto, nº 137 - Araés
(próximo a TVCA, ao lado da Escola Jardim Moitará)
Entrada gratuita e aberta a todos os interessados! Sejam bem vindos!!!
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Informações:
Ivan - 9202-9925
Ligia - 3052-6634

Ouvir a voz do vale


Por Shundo Aoyama Rôshi


A água do rio flui sempre, sem cessar. Flui rápida, não pára um só instante e se vai. Seu murmúrio evoca em mim o eco do tempo.
A água do tempo brilha no leito do Universo, sempre correndo, fluindo. Pedras, árvores, casas e cidades também fluem vagarosamente nesta correnteza, assim como os seres. Tudo isso pode parecer imutável, mas na verdade essa idéia não passa de uma ilusão.
Apenas nós, seres humanos, acreditamos erroneamente que tudo é imutável. Esforçamo-nos para não sermos levados pela correnteza e lamentamos por tudo que se vai. No entanto, mesmo sofrendo e desdobrando-nos, caindo sete vezes e nos levantando oito, não há como parar o fluir, que envolve também nossa dor e nossa luta.
Ao invés disso, é melhor ver as coisas como são e nos juntarmos a essa correnteza, com suavidade. Apenas assim poderemos encontrar prazer na fugacidade das coisas, uma vez que é justamente essa fugacidade que tece as mais diversas figuras na tapeçaria da vida.
Quando o shijo [três toques do sino] anuncia o início do zazen [meditação sentada] e tudo está em silêncio, a voz do rio é alta e clara. Durante a caminhada kin'hin [meditação andando], seu som se atenua. E ao final da meditação, ao som do chukai [sinal do término da meditação], a voz do vale desaparece completamente. É muito interessante. Por que será? O som do rio do vale aumenta, diminui, desaparece, mas não é o rio que muda. Quando as ondas de nossa mente se acalmam, podemos ouvir o sermão sem palavras da água, das gotas, da erva, das árvores, dos seixos e das montanhas nos ensinando a transitoriedade de todas as coisas. Quando surgem pensamentos, todos se calam. Na verdade, eles não deixam de falar; nós é que perdemos a capacidade de ouvi-los.
O que acontece com nossos ouvidos também acontece com nossos olhos. Quando o olhar da mente é límpido, vemos tudo como realmente é, de modo natural. Mas assim que os olhos se distraem com objetos externos, não vemos mais. Perdemos a capacidade de ver corretamente. Sons e imagens nos atacam, nos arrastam, nos puxam. Coisas que deveríamos ver, não vemos. Coisas que deveríamos ouvir, não ouvimos. Não é assim?
Se escutarmos o rio sem atenção, a água que corre parece ter um ritmo constante e ininterrupto. Entretanto, nenhuma gota d'água passa duas vezes sobre a mesma pedra. Não é nunca a mesma gota que forma o leito do rio ou o murmúrio da correnteza. A imutabilidade é apenas uma ilusão dos olhos e dos ouvidos humanos. Uma vez que tenha passado, a água não corre nunca mais no mesmo ponto do rio.
A vida humana não é diferente. Acreditar que ontem é igual a hoje é resultado de nossa ignorância e insensibilidade. Não nossas mentes e nossos olhos deludidos que vêem o passado igual ao presente. Os olhos iluminados vêem claramente a imagem das coisas em eterno movimento e reconhecem que um instante é diferente de qualquer outro.

Escrito durante a participação no Nehan Sesshin (retiro em memória à morte de Shakyamuni Buddha, realizado todos os anos em fevereiro) no Mosteiro Sede de Eihei-ji, em Fukui-ken.
(Shundo Aoyama Rôshi. Para uma pessoa bonita: Contos de uma mestra zen. Prefácio da MonjaCoen, traduzido por Tomoko Ueno. São Paulo: Palas Athena / Zen do Brasil, 2002. Pág. 17-18.)

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Agenda de Atividades - Participe!!!


Queridos amigos,


destacamos abaixo agenda de atividades da Associação Meditar de Cuiabá. Informamos que a programação é gratuita e aberta a todos os interessados. Sejam muito bem-vindos.


Paz a cada passo!

3a feira - 19 h - Tai Chi Chuan - 20 h - Meditação e estudo

Sábado - 08 h - Meditação e estudo

Segundo Sábado do mês - "Meditação no Parque: paz a cada passo" - 08 h

Domingo - Sessão Pipoca Zen - data informada no site (préviamente)

Informações:

(65) 9202-9925 - Ivan

(65) 3052-6634 - Ligia

Local: Academia Ligia Prieto Rua Ministro João Alberto, nº 137 - Araés
(próximo a TVCA e ao lado da Escola Jardim Moitará)

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Nova inteligência na gestão e ação no mundo - 5/5


Por Lama Padma Samten


Visão é essencial à gestão, por isso precisamos de uma nova inteligência. As dificuldades que enfrentamos hoje vêm do fato de que a formação dos gestores leva-os a uma visão imprópria da realidade. Leva-os a uma circunstância onde os obstáculos e sinais não auspiciosos se multiplicam em todas as áreas. A economia e a gestão evidentemente atuam dentro de um ambiente sutil volátil e não em um mundo fixo e matemático. É um mundo onde sentimentos, emoções, impulsos, sonhos e medos têm o poder de criar realidades e definir as ações a serem tomadas. Hoje percebe-se a importância de trazer aos gestores uma abordagem mais ampla onde se possa compreender melhor os fatores imponderáveis que teimam em flutuar diante dos olhos, afetando planejamentos e sonhos aparentemente tão bem estruturados. Niels Bohr, Prêmio Nobel de Física, formulador da abordagem filosófica da física quântica, a teoria da complementaridade, enfrentou dificuldades semelhantes na física do mundo microscópico, onde o comportamento da matéria parecia demasiado estranho e imprevisível. Devemos a ele especialmente a reintrodução da importância do papel do observador na constituição da realidade, que parece algo externo ao observador. Niels Bohr evidenciou de modo acadêmico que a não inclusão da influência do observador no que parece ser um mundo externo desconsiderava uma variável do problema, e isso produzia ambiguidades na compreensão dos universos de estudo considerados. Numa linguagem budista, as coisas são sempre definidas em nível sutil, construímos mundos que parecem externos e ficamos presos a eles. Sua Santidade o Dalai Lama, Prêmio Nobel da Paz de 1989, diz que a mente é livre e luminosa, pode sonhar coisas positivas e negativas. Quando cria o que é positivo, isso resulta em felicidade e equilíbrio; quando cria negatividades, isso resulta em sofrimentos e dificuldades. William James, assim como Ludwig Wittgenstein, desde o final do século XIX já apontava de modo minucioso a importância da compreensão do papel do observador no tratamento da realidade. Essencialmente, nossa visão fica limitada ao espaço abstrato das possibilidades que sonhamos. A realidade como a sonhamos – trata-se de um sonho que vemos mesmo quando despertos – delimita as possibilidades do que pode ser visto e do que não será visto. Estamos presos aos mundos, referenciais, opções e sonhos que construímos. Compreendendo o poder decisivo desse elemento, não somos mais vítimas de realidades externas, mas entendemos que temos o recurso de sonhar mundos mais positivos. Quando entendemos isso, novas palavras ganham sentido: inseparatividade, coemergência, impermanência, sofrimento, sustentabilidade, complexidade, complementaridade, mandala. Essa complexidade permite ações eficientes, que consideram as variáveis verdadeiramente presentes. A solidez da realidade vem de dentro dos sonhos, dessa região sutil surge o referencial das nossas ações e não de uma aparente realidade rígida e externa. Somos desafiados a sonhar na direção correta. É o exercício de uma liberdade para a qual talvez nunca tenhamos sido treinados pelo sistema de ensino, não importa por quantos anos o tenhamos percorrido. De Sua Santidade o Dalai Lama vem o conselho do bom senso: nossas ações deveriam ter por objetivo causar felicidade e não causar sofrimento. É simples na forma, profundamente desafiador na ação. E essencial como motivação básica, como eixo para todas as nossas ações. É evidente que a ação dos cientistas deveria resultar em felicidade e não em sofrimento, assim como as ações dos administradores, economistas, engenheiros, médicos, políticos, produtores rurais, professores, pais e mães. Isso é apenas bom senso. Na visão budista, nossa existência no mundo se dá através de processos de relação; portanto, nossas ações deveriam ter como meta produzir melhores relações de nós conosco mesmo, com as outras pessoas, com as autoridades locais e com a natureza. É evidente que relações negativas conosco mesmo, com os outros, com as autoridades e com a natureza vão causar problemas. Nesse ponto há um componente adicional mágico da realidade: observamos que, ao agir segundo esses referenciais, surge em nós a experiência de uma energia natural e positiva, e também de felicidade. Observamos que, se esse referencial não está presente, mesmo que estejamos brilhando em meio a vitórias e desafios, não há felicidade e nossa energia flui com esforço. Na ausência de uma motivação positiva, nossa vida parece carecer de sentido e eventualmente dá a sensação de um fardo pesado. A falta de referenciais positivos está na raiz dos desequilíbrios sociais e individuais que têm se manifestado como uma epidemia. Vivemos um novo gulag. Uma cultura impõe sobre nós sentidos e significados aparentemente fixos, externos, reais, mas as consequências negativas na forma de desequilíbrios são diagnosticadas como fragilidades individuais. Assim, as vítimas dos referenciais dessa cultura são punidas por seu comportamento e, quando esgotadas, são tratadas individualmente como doentes físicos e mentais. Questões amplas são reduzidas a questões individuais. Como resultado não há progresso na repressão às agressões a nós, aos outros, às lideranças locais e à natureza, e tampouco no que diz respeito ao equilíbrio interno e à felicidade. Na perspectiva budista, precisamos avançar para uma visão que abarque todos os componentes da realidade. Ao assumir os recursos da visão mais ampla, nossas ações se tornam naturalmente positivas, sem a necessidade de regras e repressão. Além disso, surge progressiva tranquilidade e felicidade, e reconhecemos a preciosidade da vida humana que temos. Surge a experiência da mandala da lucidez. A mandala é do que precisamos desde sempre, individual e coletivamente. Nossa necessidade pode ser resumida em uma palavra