
Por Paulo Wagner Oliveira
Aqueles dias foram marcados pela ansiedade, não sei se devido o excesso de café ou a urgência dos compromissos que me envolviam, os pensamentos vinham como turbilhão, tudo parecia tão automático que às vezes tinha que voltar em casa para saber se realmente tinha fechado devidamente o portão. Mas naquela manhã nublada a alegria dos passarinhos, propiciada pela chegada das chuvas de dezembro, instalou em mim um estado inexplicável que me fez sentir, como nunca, a doçura da ameixa que acabara de levar a boca - o paraíso estava ali bem em frente de mim e eu não percebera – que milagre era saborear compassadamente cada fio daquela polpa macia que contrastava perfeitamente com azedinho leve da casca.
Aqueles dias foram marcados pela ansiedade, não sei se devido o excesso de café ou a urgência dos compromissos que me envolviam, os pensamentos vinham como turbilhão, tudo parecia tão automático que às vezes tinha que voltar em casa para saber se realmente tinha fechado devidamente o portão. Mas naquela manhã nublada a alegria dos passarinhos, propiciada pela chegada das chuvas de dezembro, instalou em mim um estado inexplicável que me fez sentir, como nunca, a doçura da ameixa que acabara de levar a boca - o paraíso estava ali bem em frente de mim e eu não percebera – que milagre era saborear compassadamente cada fio daquela polpa macia que contrastava perfeitamente com azedinho leve da casca.
Comecei a pensar que antes daquela ameixa estar ali, ela tinha se feito flor e crescera devagar sol a sol, lua a lua, sob os cuidados de alguém que com paciência esperou seu crescimento e o dia da colheita, e que, apesar de única, ela era o resultado da conjunção de todos os elementos: o fogo, a terra, a água e o ar estavam ali como o tenro fruto de uma alquimia inigualável e simples.
Há algum tempo um amigo havia me dito que Deus está nos detalhes, mas nunca pensei que a simples alegria dos passarinhos com a chegada das chuvas e aquela humilde ameixa que chegara a minha mesa, fosse capaz de revelar a grandeza que existe nas coisas simples. Daquele dia em diante passei a olhar tudo a minha volta com mais atenção e descobri que o tão falado Reino de Deus é algo tão simples, próximo e óbvio que termina por passar despercebido aos olhos apressados do dia a dia.
Caro Ivan,
ResponderExcluirpoderias, por gentileza, enviar no meu email a canção entoada ao fim da meditação? Meu email: hermann.ribeiro@gmail.com
Grato,
Hermann.