A Associação Meditar é uma sociedade civil com personalidade jurídica, sem fins lucrativos, não religiosa ou doutrinária. O primeiro núcleo surgiu em Porto Alegre-RS, e, atualmente, possui núcleos nas cidades de Santa Cruz do Sul, Lajeado, Novo Hambugo, Santa Maria, São Francisco de Paula, Capão da Canoa, Florianópolis, Chapecó e Cuiabá.

A Associação Meditar se propõe a: Difundir a prática da meditação; Congregar os praticantes da meditação; Coletar e divulgar os benefícios à saúde física e mental promovidos pela prática adequada da meditação; Criar, apoiar e promover a difusão de locais adequados para a prática de meditação (Núcleo ou Centros Meditar) no Brasil e no exterior; inclusive, com sedes rurais para abrigar seus membros em vida comunitária voltada à meditação, ao estudo, ao trabalho natural na terra, à contemplação da natureza.

Dedica-se a orientar a iniciação e o desenvolvimento das pessoas (empresa, escolas, associações) na meditação de forma clara, simples, objetiva e segura; Promover cursos, palestras, workshops, retiros e atividades voltadas à prática da meditação; Incentivar e promover a atitude mediativa, altruísta e pacífica, que implique na paz interna e externa, na não-violência, no respeito pela natureza, alimentação natural, bons valores humanos, no conhecimento e na sabedoria.

A Associação Meditar de Cuiabá se reúne sempre aos Sábados, às 08h00, no Espaço Ligia Prieto. Endereço: Rua Min.João Alberto, 137 – Araés - Cuiabá. Informações pelo tel. (65)3052-6634.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Dalai Lama


Pergunta: Como você se vê?

Resposta: Eu sempre me considerei como um simples monge budista. Eu sinto que esse é o meu verdadeiro eu. Eu sinto que o Dalai Lama como um governante temporário é uma instituição feita pelo homem. Enquanto as pessoas aceitam o Dalai Lama, eles vão me aceitar. Mas ser um monge é algo que pertence a mim. Ninguém pode mudar isso. Lá no fundo, eu sempre me considero um monge, mesmo em meus sonhos. Sendo assim, naturalmente, sinto-me mais como uma pessoa religiosa. Mesmo em minha vida diária, posso dizer que eu gasto 80% do meu tempo em atividades espirituais e 20% sobre o Tibete como um todo. A vida espiritual ou religiosa é algo que eu conheço e pelo qual tenho grande interesse. Tenho uma certa confiança nela e por isso eu quero estudar mais. Em relação à política, não tenho educação moderna com exceção de um pouco de experiência. É uma grande responsabilidade para alguém não tão bem equipado. Isto não é um trabalho voluntário, mas algo que eu sinto que deve prosseguir por causa da esperança e da confiança que o povo tibetano coloca em mim.

Tradução livre realizada por Giovanna Maradei.

Extraído do site: http://www.dalailama.org.br/2011/
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1. Qual o papel do Dalai Lama para o budismo tibetano?

O Dalai Lama representa para os seguidores do budismo tibetano papel similar ao papa para os católicos, ou ainda mais do que isso: pois, para os fiéis daquela religião, os lamas são vistos como uma reencarnação de Buda. Assim como o papa, ele é designado Sua Santidade. Uma característica marcante da versão tibetana do budismo é a participação intensa da população nos assuntos religiosos. No Tibete, o líder espiritual é venerado de tal forma que chega a dificultar o domínio chinês sobre sua cultura.

2. Como os lamas são escolhidos?

Eles são detectados entre as crianças pelos monges budistas, por meio de sonhos e presságios. A descoberta e verificação do escolhido, no entanto, envolve ainda outros processos. Assim que um Dalai Lama se aproxima da morte e dá indicações sobre seu renascimento, começam as buscas pela criança – que pode se identificar por iniciativa própria ou então ser reconhecida por possuir poderes especiais. A pesquisa é conduzida em segredo, para investigar predições de oráculos, sinais estranhos e fenômenos. Os jovens candidatos são, então, submetidos a uma série de testes. Eles devem, por exemplo, selecionar, de uma gama de objetos, os que já pertenceram a eles na vida anterior – ou seja, em sua vida como o falecido Dalai Lama.

3. Quando um novo lama ascende ao poder?

Os lamas só assumem o poder com a morte de seu antecessor. Como o Dalai Lama é ungido aos 3 anos de idade, um regente é designado para governar até que o escolhido atinja a maioridade. Enquanto isso não acontece, a criança é levada para iniciar seus estudos e treinamentos preparatórios para se tornar o líder espiritual e religioso do Tibete.

4. Desde quando os lamas governam o Tibete?

O atual Dalai Lama, Tenzin Gyatso, é o 14º de uma seita que está no poder desde o século XVII.

5. Por que, no Tibete, o líder espiritual também é o chefe de estado?

O budismo tibetano, em sua formação, preferiu manter-se isolado de influências externas. Dessa forma, o Tibete transformou-se em um estado religioso governado por seu sacerdote supremo e que, durante muito tempo, não manteve relações diplomáticas com nenhum outro país. Isso fez do budismo local uma variante única no mundo. No Tibete, vive-se de acordo com a tradição vajrayana, ou "veículo do raio", caracterizada por conferir mais importância aos aspectos místicos e ritualísticos do budismo, enfatizando, por exemplo, a crença na reencarnação e no ciclo de nascimentos e renascimentos dos indivíduos. A função da crença seria purificar a alma. Por características pessoais e políticas, o atual Dalai Lama preferiu não se manter isolado num monastério como seus antecessores, mas viajar pelo mundo para expor ao grande público os ensinamentos de sua religião e a luta dos tibetanos contra a opressão chinesa.

6. É mesmo possível que o Dalai Lama abandone o poder?

Sim, mas o Dalai Lama pode renunciar apenas ao poder político, que exerce como chefe de estado, e não como líder religioso. Como explicou um de seus assessores, Tenzin Taklha, após a ameaça de renúncia: "Ele será sempre o Dalai Lama". Mas os planos do atual líder budista para deixar o poder político não vêm de hoje. Em 1992, ele publicou, no exílio, as diretrizes para a Constituição de um futuro Tibete livre. Nelas, determinou que sua primeira medida seria estabelecer um governo interino com a principal responsabilidade de eleger uma Assembléia Constituinte – que, por sua vez, deveria criar e implantar uma Constituição democrática. Então, o Dalai Lama prometeu transferir toda a sua autoridade política e histórica para o presidente interino, passando a viver como um cidadão comum.

7. Qual a importância do atual Dalai Lama para a causa tibetana?

Desde que assumiu o poder, em 1950, o atual Dalai Lama afastou-se da tradição vajrayana de isolamento e elegeu como missão espalhar pelo mundo os conceitos básicos do budismo. Dessa forma, uniu seu ótimo trânsito internacional ao fascínio que o misticismo tibetano desperta no Ocidente. Além disso, transformou a causa da libertação do Tibete em um tema mundialmente conhecido. Em dezenas de viagens pelo mundo, foi recebido por vários chefes de estado e, até mesmo, por celebridades. Sua forma de pregar a libertação do Tibete sem o uso da violência lhe rendeu um Nobel da Paz, em 1989. O Comitê Norueguês do prêmio escreveu: "O Dalai Lama, em sua luta para a liberação do Tibete, constantemente se opõe ao uso da violência. Ele, em vez disto, advoga soluções pacíficas baseadas na tolerância e respeito mútuos para a preservação da herança cultural e histórica de seu povo".
* Entrevista publicada na revista Veja, março de 2008.

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