A Associação Meditar é uma sociedade civil com personalidade jurídica, sem fins lucrativos, não religiosa ou doutrinária. O primeiro núcleo surgiu em Porto Alegre-RS, e, atualmente, possui núcleos nas cidades de Santa Cruz do Sul, Lajeado, Novo Hambugo, Santa Maria, São Francisco de Paula, Capão da Canoa, Florianópolis, Chapecó e Cuiabá.

A Associação Meditar se propõe a: Difundir a prática da meditação; Congregar os praticantes da meditação; Coletar e divulgar os benefícios à saúde física e mental promovidos pela prática adequada da meditação; Criar, apoiar e promover a difusão de locais adequados para a prática de meditação (Núcleo ou Centros Meditar) no Brasil e no exterior; inclusive, com sedes rurais para abrigar seus membros em vida comunitária voltada à meditação, ao estudo, ao trabalho natural na terra, à contemplação da natureza.

Dedica-se a orientar a iniciação e o desenvolvimento das pessoas (empresa, escolas, associações) na meditação de forma clara, simples, objetiva e segura; Promover cursos, palestras, workshops, retiros e atividades voltadas à prática da meditação; Incentivar e promover a atitude mediativa, altruísta e pacífica, que implique na paz interna e externa, na não-violência, no respeito pela natureza, alimentação natural, bons valores humanos, no conhecimento e na sabedoria.

A Associação Meditar de Cuiabá se reúne sempre aos Sábados, às 08h00, no Espaço Ligia Prieto. Endereço: Rua Min.João Alberto, 137 – Araés - Cuiabá. Informações pelo tel. (65)3052-6634.

sábado, 25 de dezembro de 2010

Então, bom Natal!


Há uma mudança de energia mental, os povos ficam mais sensíveis e fraternos independente da opção religiosa

Luiz Fernando Vieira
Da Redação

O Brasil, como uma terra de muitas raças, é também um grande caldeirão de religiões. Apesar de representar a orientação religiosa da maior parte da população, o catolicismo é apenas uma das que são seguidas no país. O Natal, por conta de uma difusão maior do modo de celebrar dos católicos, acabou se tornando uma das mais esperadas e importantes festas dentro do calendário brasileiro. Porém, há muitas pessoas que não encaram da mesma forma, como as Testemunhas de Jeová, os espíritas, os muçulmanos, os budistas e muitos outros.

Até mesmo entre as religiões católicas há diferenças. Por exemplo, os fiéis da Igreja Católica Apostólica Ortodoxa, também chamados de católicos ortodoxos, celebram seu Natal no dia 7 de janeiro - eles seguem o calendário juliano, enquanto o catolicismo segue o gregoriano. Ainda que seja uma ocasião de grande importância para eles, a data não é tão relevante quanto a Páscoa.

É como pensam também as Testemunhas de Jeová. O cinegrafista Belmiro Dias dos Santos diz que, para eles, a celebração mais importante é o período pascal, pois representa a morte e ressurreição de Jesus Cristo, quando deu sua vida para a salvação da humanidade. Além do mais, informa ele, não há precedente bíblico para a escolha do dia 25 de dezembro, que seria uma referência às festividades romanas pagãs que eram realizadas por volta do solstício de inverno no Hemisfério Norte. "Para nós é um dia comum, não participamos dessa comemoração, não trocamos presentes". Belmiro frisa que o clima de alegria, as manifestações de generosidade e o meditar são bem-vindos. Porém, as Testemunhas de Jeová entendem que deve ser algo que esteja sempre presente no dia-a-dia das pessoas. Não somente no Natal.

O psicólogo Lacordaire Abrahão Faiad, que é membro da Federação Espírita de Mato Grosso, reforça essa necessidade. Ressalta que neste período há uma mudança de energia mental, os povos ficam mais sensíveis, com foco em questões como fraternidade, cooperação. É uma prova de que é possível fazê-lo no restante do ano, só depende de cada um de nós, é uma mudança dentro para fora, diz. Os espíritas, segundo ele, não têm o Natal como uma data ritualística, mas consideram que o momento merece todo o respeito. É uma oportunidade de lembrar de Jesus Cristo, considerado por eles modelo e guia da humanidade.

Membro da Associação Meditar de Cuiabá e seguidor dos ensinamentos budistas, Ivan Deus Ribas explica que o Natal, assim como os outros dias, é uma oportunidade de celebrar uma continuidade da vida, de festejar o aqui e agora, de meditar. Cada dia, prossegue, é único, uma dádiva de Deus que precisamos valorizar, o verdadeiro milagre. Uma época que traz esse sentimento com mais força e reafirma a importância da prática da fraternidade, da caridade, da busca pela paz. Ivan destaca que é preciso ter plena consciência das coisas e das pessoas à nossa volta, que precisamos parar e pensar sobre o que queremos para nossas vidas.

É interessante notar que entre os judeus, o povo de Jesus Cristo, não há referência a essa comemoração. Eles, obviamente, reconhecem o nascimento de Jesus, mas dizem que a data não tem o mesmo significado que para os católicos. Os judeus não crêem nele como um messias. O que acontece no caso da tradição judaica é a comemoração do "Chanukah", que em Israel se inicia normalmente no final do mês do calendário hebraico "Kislev", que correspondente a dezembro. É uma referência à restauração da soberania do povo judeu, que expulsou os gregos e recuperou o templo de Jerusalém.

Na cultura dos muçulmanos não existe o Natal. Eles possuem comemorações que se assemelham, mas não tem o mesmo significado. Por exemplo, o ato de dar presentes ajudaria a "levar a maldade embora", segundo os ensinamentos de Maomé, o projeta maior de acordo com a religião muçulmana. Para eles também não existe Deus e sim Alá. A religião islâmica tem, sim, duas festas, uma que celebra a existência ou a chegada do Alcorão (que seria a bíblia islâmica) e a festa do sacrifício.

E celebrações parecidas ocorrem também com os Hindus, que têm o seu "Diwalli" (festa em que as famílias se reúnem), os chineses, os ciganos. Em todas essas festas é interessante notar que as pessoas se reúnem para reverenciar suas divindades ou guias espirituais, celebrar a união e confraternizarem-se entre familiares e amigos. Enfim, têm o mesmo espírito do Natal. O desejo de crer em algo superior é em que devemos nos espelhar para sermos pessoas melhores.
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Texto publicado no jornal A Gazeta em 25.12.2010:

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