2º ENCONTRO Cristianismo – Movimentos humanos orientados por Jesus
O cristianismo não é igual a igrejas e nem a uma moral, mas sim é um movimento humano muito mais amplo, orientado por Jesus Cristo, um Jesus nem tanto Deus, mas sim bastante homem. Com isso, o padre espanhol José Cobo, mestre em Teologia, abriu ontem, 13.05, o segundo encontro do videofórum “As religiões do mundo e a ética global”. Antes disso, os participantes assistiram ao documentário sobre o Cristianismo, produzido pelo alemão Hans Küng.
O documentário alinhavou a história do cristianismo, desde o primitivo, praticado na época de Jesus, ao praticado atualmente. Mostrou o cristianismo conservador europeu, forte em ritos e vestimentas, focando a Igreja Ortodoxa Russa. Expôs ainda o cristianismo questionado, por volta do ano 1520, pelo monge alemão Martin Lutero, considerado pai do Protestantismo e reformista da Igreja Católica. Lutero questionou, especialmente, as indulgências, ou seja, o perdão comprado da igreja pelos fiéis. E também falou do cristianismo atual e social, como o praticado na América Latina, que busca resgatar a figura de um Jesus Cristo de pés descalços ao lado dos pobres.
O padre Cobo citou Mateus, capítulo 25, para falar sobre um Jesus vivo e presente e de mão dadas com aqueles que mais necessitam. “Acredito nas conversões junto com o povo; não naqueles que estão com o povo até que conseguem o posto que queriam e aí acabou-se”, ironizou o padre.
Respondendo a uma pergunta da platéia, Cobo avaliou que ser católico ou cristão na América Latina, hoje, é fácil. “Basta não ter medo de sujar os pés e entrar no barro das periferias para escutar as pessoas, se irmanar a elas”.
Antes da fé, diz o padre, é preciso que todos tenham alimento, casa, saúde, educação, isso para a humanidade inteira. “Primo vivere. Primeiro a vida. Isso é importante. Acontece que um grupinho de 10% tesoura todos os nossos bens e não quer abrir mão disso”, critica.
Antes da fé, diz o padre, é preciso que todos tenham alimento, casa, saúde, educação, isso para a humanidade inteira. “Primo vivere. Primeiro a vida. Isso é importante. Acontece que um grupinho de 10% tesoura todos os nossos bens e não quer abrir mão disso”, critica.
Como o Espiritismo não é citado no documentário sobre o Cristianismo, o padre disse, questionado pela platéia, que, pelo que sabe, trata-se de uma irmandade cuja essência é a caridade e a solidariedade entre irmãos.
Mas destacou que não podemos ser omissos com as “autênticas traições” cometidas pelas igrejas, registradas ao longo da história e ainda hoje. “Não podemos aceitar gato por lebre. Temos que ser muito rigorosos contra isso”, orienta. Sobre a reencarnação, por exemplo, ele questionou as provas. Alertou também para a falsa idéia passada por algumas religiões, de que aqueles que ganham mais dinheiro terão acesso garantido ao céu. “A maior piada que já ouvi foi. Milagre às quartas-feiras, das 15h às 17h. Isso não pode, não pode, é propaganda enganosa”, reagiu. “Deus não é um negociante, então não se pode fazer negócio com ele”.
Ao encerrar a palestra, padre José Cobo se comoveu ao afirmar que “Deus é pai. Nunca podemos aceitar um carrasco”.
O videofórum “As religiões do mundo e a ética global” está dentro da perspectiva do ecumenismo e da campanha mundial pela paz e irá exibir, às quintas-feiras, até 8 de julho, em Cuiabá, documentários sobre nove religiões, seguidos de debate, com a participação de representantes das religiões que serão abordadas. As exibições e os debates serão no Colégio Isaac Newton (CIN), do bairro Baú, das 19h às 21 horas, com entrada franca. Emissão de certificado pela UNISINOS/RS. Critério: 75% de presença.
O videofórum é articulado pelo Centro Burnier Fé e Justiça (CBFJ), o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (Conic) e os movimentos Círculo da Paz e Um Grito pela Paz.
Mais informações e inscrições:
http://www.centroburnier.com.br/2010/03abr/16_video_forum_religioes_mundo.html
Mais informações e inscrições:
http://www.centroburnier.com.br/2010/03abr/16_video_forum_religioes_mundo.html
Keka Werneck, da Assessoria de Imprensa do Centro Burnier Fé e Justiça
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